quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

PÉTALAS


Hoje, num lamento de tarde perdida
Lutando contra a morte
Há um pensamento vagando
- o Sol escondido
- o triste cinza do céu
- o cenário perfeito
No equinócio de Setembro
Entre os galhos da primavera
Há um vento malvado
Arrancando lindas flores
Sem essência, com doída leveza
Serão só pétalas vagando ao léu
Pelas ruas
Em esquinas sem abrigo
Pés descalços sobre a laje fria
Um andante abandonado
- homem sem rosto
- criança sem sorriso 
- mãe desesperada
Um estômago faminto
Um ombro pesado
Uma face sem afago
Num instante o cenário é invadido
O transeunte indiferente
Ensimesmado segue apressado
Sério? Responsável?
Homem de Negócios!
Banqueiro, Engenheiro, Advogado...
Hei! Senhor Responsável!!!
Olhe paras as esquinas
Não temas ladras ou assassinos
São só os menores que deixas hoje
Para um dia serem...
“Como pétalas que vagam ao léu...”
Adultos abandonados!


Dirceu Kommers

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