domingo, 12 de dezembro de 2010

SEM CORES, DE TODOS SABORES


Eu canto o negro ferido
A agonia do medo na dor de uma sina

Eu estremeço...
Ouço o ranger dos dentes
É o grito escondido
No orgulho mantido

Eu choro...
No áspero tronco
A solidão do vazio
A falta de compaixão
É a carência de amor,
De amigo.

Eu canto a negra calada
Na noite ruidosa
De uma senzala qualquer.

Eu exalto a eterna paixão
O vulcão das entranhas ardentes
É a negra de altiva fronte
Deleite de feitores
Mãe-de-leite pros senhores

O machado fincado
A cana, o gado, o açoite
A mente fervilhando
Cai o negro trôpego andrajo

Era o negrinho da espinha vergada.

Foi-se...
Não sabe que inda hoje
De sol a sol
De fio a fio
Há negros de muitas cores
Vergando a espinha
Enriquecendo senhores.

E as negras caladas?
Ah...em recantos longínquos
Profanam seus sonhos.
Negras sem cores
Negras de todos sabores,
De todos sabores...


Dirceu Kommers

4 comentários:

  1. MEU QUERIDO AMIGO >.......... QUE NOVIDADE ESSA PRA MIM ! LINDO TEXTO ,INTELIGENTE TEXTI .ABRANGENTE .........PARABENS .......NÃO SAIREI MAIS DAQUI ......MARAVILHOSO VOCÊ ...TEM O DOM DA ESCRITA ........ÈS UM GENTLEMAN ........... BJS

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  2. Oi Marleninha!
    Muito obrigado... você sempre gentil comigo!
    Adoro você e toda a Arte que desenvolves.
    Você é genial, parabéns!
    Dirceu.

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  3. Olá querido... ,como sempre me surpreendendo,adorei todo o conteúdo....vc está realmente de parabéns...beijos em seu lindo coraçao.....

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  4. Oi Kuka, obrigado, vc é muito gentil!
    Beijos.

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